2 DE JULHO DIA DA INDEPENDÊNCIA DA BAHIA

A Independência do Brasil não se definiu com o discurso de D. Pedro I em Sete de Setembro de 1822. O Grito do Ipiranga foi, na verdade, um grito de guerra e ela ocorreu no Norte e Nordeste do País. As lutas no Recôncavo baiano foram as mais sangrentas e a Independência da Bahia teve um papel chave na consolidação da Independência do Brasil.
Até 1763, Salvador foi a capital do Brasil. Os portugueses estavam instalados na região há mais de 200 anos. Portugal era, na época, uma das maiores potências mundiais. O processo de independência do país iniciou-se com os movimentos separatistas do fim do século 18, principalmente em Minas Gerais e Bahia.
Com as pressões pela independência, as tropas portuguesas retiraram-se para províncias do Norte e Nordeste do País, com o comando português centralizado em Salvador.
Catharina Paraguaçu, representada no Monumento ao Dois de Julho do Campo Grande, segura um escudo com a inscrição Independência ou Morte. A índia tupinambá, que viveu no século 16, representa aqui a participação ativa dos caboclos nas lutas pela Independência.
A estátua, de inspiração neoclássica, do escultor italiano Carlo Nicole tem feições de Ártemis, a deusa grega da caça. A adaptação, que seria inimaginável hoje, deve ser entendida dentro do contexto da época em que o Romantismo ainda permeava as inspirações de muitos artistas, como José de Alencar e sua Iracema. Michelangelo traçou o caminho quando esculpiu seu monumental David, com as feições do deus Apolo.
Em fevereiro de 1822, chegou de Portugal a designação do brigadeiro Madeira de Mello para o comando das Armas, na Bahia. A Câmara Municipal negou-se a dar posse ao novo comandante. A partir de então, iniciou-se as lutas entre portugueses e brasileiros. Os soldados lusos tomaram Salvador. Os brasileiros cercaram a cidade e intensificaram a guerrilha urbana.
As batalhas ocorreram em todo o Recôncavo baiano com os brasileiros inicialmente sob o comando do general Pedro Labatut e, posteriormente, do coronel José Joaquim de Lima e Silva. O exército brasileiro conquistou gradativamente o controle das cidades do Recôncavo.
A batalha decisiva foi a de Pirajá, no subúrbio de Salvador.
Maria Quitéria em desenho de Augustus Earle, publicado no livro de Maria Graham, em 1824. Earle foi o mesmo desenhista que acompanhou a expedição do Beagle, com Charles Darwin.
Maria Graham conheceu pessoalmente a heroína da Independência do Brasil, que lhe contou que usava um uniforme de um dos batalhões do Imperador, com a adição de um saiote inspirado em uma ilustração de um highlander, que ela própria viu. Enfim, Maria Quitéria chegou mesmo a usar um saiote (kilt) escocês.
Em Dois de julho de 1823, as tropas brasileiras entraram em Salvador.
O entendimento histórico é que, caso os portugueses vencessem na Bahia, haveria um avanço para a reconquista do Sudeste do País. Nesse sentido, as lutas na Bahia foram fundamentais para Independência do Brasil.
Comemorações do Dois de Julho, em Salvador, com grande participação popular. Os desfiles, de longo percurso, saem da Lapinha e terminam no Campo Grande.
Fonte:Copyright © Guia Geográfico – Eventos Históricos, 2 de Julho
HINO DO ESTADO DA BAHIA 2 DE JULHO
Música – José dos Santos Barreto Letra – Ladislau dos Santos Titara
Nasce o sol a 2 de julho
Brilha mais que no primeiro
É sinal que neste dia
Até o sol é brasileiro
Nunca mais o despotismo
Regerá nossas ações
Com tiranos não combinam
Brasileiros corações
Cresce, oh! Filho de minha alma
Para a pátria defender,
O Brasil já tem jurado
Independência ou morrer.
Nunca mais o despotismo
Regerá nossas ações
Com tiranos não combinam
Brasileiros corações
Salve, oh! Rei das campinas
De Cabrito e Pirajá
Nossa pátria hoje livre
Dos tiranos não será